sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O fim da “Família Low”

Antes da Copa do Mundo de 2006 a seleção alemã estava arrasada. Péssimos resultados amedrontavam a torcida alemã que já temia a desclassificação da nationalelf logo na primeira fase em uma Copa realizada em seu próprio país.

A dupla Klinsmann/Low uniu os jogadores. Criou-se uma equipe que jogava mais com o coração do que propriamente com habilidade e esquema tático. Era formada ali a “Família Low”.

O plano funcionou. A Alemanha fez uma ótima Copa do Mundo, foi a seleção que apresentou o melhor futebol da competição e poderia até ter conseguido o tão sonhado tetra campeonato.

Após a saída de Klinsmann, Low continuou com a mesma tática. Unir os jogadores em um grupinho onde a capacidade e momento do jogador são colocados em segundo plano. Um grupinho em que a lealdade a uma comissão técnica era a melhor arma que um atleta poderia ter para garantir convocações futuras.

Da seleção de 2006, apenas Kahn e Nowotny (aposentados) e Huth, Schneider e Kehl (quase sempre contundidos) não eram mais chamados, o resto eram sempre os mesmos jogadores.

Antes do início da Eurocopa, Joachim Low fez uma cena para a imprensa e para a torcida alemã. Convocou jovens jogadores para a seleção. A torcida se animou vendo a seleção, depois de muito tempo, abrindo espaço para Marko Marin, Patrick Helmes, Jermaine Jones entre outros.

Apenas jogo de cena, na hora da definição Low preferiu levar jogadores do nível de Odonkor, Neuville, Metzelder. Jogadores de qualidade duvidosa e que há tempos não apresentam um futebol minimamente convincente.

E não é que funcionou?! A Alemanha foi muito bem nas eliminatórias européias e foi vice-campeã do torneio.

Mas é claro que essa paz e essa falsa amizade entre os jogadores e o técnico um dia ia acabar.

A primeira demonstração que as coisas não iam bem foi quando o teoricamente segundo goleiro da seleção, Timo Hildebrand, não foi chamado para a Eurocopa.

Timo não aceitou o desprezo de Low que nem o ligou comunicando que ele não seria um dos três goleiros da seleção na Euro. O goleiro se considerou traído pelo técnico e não era para menos, afinal para ele Low teria traído um dos jogadores da “Família Low”.

Depois disso foi a vez de Kevin Kuranyi se revoltar. O jogador nascido no Brasil não entendia porque era sempre convocado para a seleção, mas invariavelmente era a quarta ou quinta opção no ataque.

Não sabia o pobre jogador que sua convocação era apenas para agradar os torcedores do Norte e que o atacante do Schalke 04 nunca esteve no plano do técnico.

Independente da duvidosa qualidade técnica de Kuranyi, ser usado apenas para agradar parte da torcida alemã não era uma atitude digna para um técnico de seleção.

Quando mais uma vez não ficou nem no banco de reservas, Kuranyi abandonou a seleção causando um grande mal estar para o elenco. A atitude de Kuranyi era apenas o começo dos problemas de Low...

Para justificar o porque nunca mais Kuranyi seria convocado para a seleção alemã, Low disse que o atacante deveria ter a postura parecida com a de Frings, que ficou no banco de reservas dois jogos e não reclamou da situação.

Dias depois Frings avisou via imprensa que não aceitava mais ficar no banco de reservas e que Low faltou com o respeito com ele, afinal segundo o jogador, ele não “merecia a reserva”.

Nesse momento a máscara caiu de vez. O que é “não merecer” ser reserva? Que acordo alguns jogadores acham que tem com o técnico alemão?

Ballack, outro importante jogador da “Família Low”, ficou do lado do companheiro Frings, exigindo explicações do técnico alemão.

Low ameaça não mais convocar os dois jogadores se eles não se desculparem, mas aparentemente os jogadores não estão interessados no perdão do técnico alemão.

Joachim Low tem agora a grande chance de formar uma seleção baseada na qualidade técnica dos jogadores e da fase do atleta no momento da convocação.

Se usar esses critérios, Frings, Ballack, Metzelder, Friedrich e outros queridinhos ficarão um bom tempo longe da seleção.

O quanto a Alemanha ganhará com essa atitude só um tempo mostrará.

2 comentários:

Jogo Aberto disse...

o futebol alemão é muito disputado.

Felipe Moraes disse...

É, a crise já aportou na seleção alemã...

Abraço,
Felipe Moraes